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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Juiz orienta mãe a parar de amamentar bebê de 6 meses no peito por 'interferir no tempo' do ex

Os pais brigam pela custódia das crianças nos tribunais após divórcio
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Mundo - Polêmico

Um juiz, na Virgínia, nos Estados Unidos, determinou que uma mãe interrompesse a amamentação exclusivamente no peito de sua bebê de seis meses sob o argumento de que isso estava interferindo no tempo que o ex-marido tem com os filhos. Os pais vivem uma batalha pela custódia das crianças depois da separação.

Arleta Ramirez amamenta a pequena desde que ela nasceu, em julho, assim como amamentou o mais velho, que agora tem 2 anos, de acordo com informações do Washington Post. Desde novembro do ano passado, no entanto, ela foi orientada pelo juiz responsável pela disputa da guarda, a "fazer todos os esforços para colocar a criança em um horário de alimentação e usar uma mamadeira".

A partir deste mês, a decisão do juiz também concedeu ao pai das crianças, Mike Ridgway, quatro dias de visitas, além das visitas noturnas. O pai reclamou que os horários de alimentação da bebê estavam interferindo em suas visitas.

Agora, a mãe conta com a ajuda de especialistas em amamentação e uma carta do pediatra da pequena para reunir evidências, que serão apresentadas ao tribunal em abril. Em entrevista ao Washington Post, ela questionou: “Por que eles estão me forçando a parar de amamentar? Isso não é do interesse deles?”.

Já o pai alega que deu à mãe “espaço para amamentar e bombear leite”. Ele disse que poderá alimentar a menina com a mamadeira enquanto ela estiver sob os cuidados dele. “Depois dos 6 meses de idade, continuarei a apoiar a amamentação e a alimentação com mamadeira de nossa filha o máximo possível, além de complementar com fórmula apenas quando for absolutamente necessário”, acrescentou.

Tara Steinnerd, advogada do pai, disse que a mãe estava usando a amamentação “como uma arma”, para tentar salvar um relacionamento que acabou. “Eles inventam uma infinidade de desculpas”, disse ela. “Trata-se de usar a amamentação como uma arma contra as visitas”, acusa.

Stephanie Bodak Nicholson, presidente do Conselho dos EUA da La Leche League, uma organização sem fins lucrativos que oferece apoio e informação sobre amamentação, disse que recebe no mínimo uma ligação por ano com questões sobre amamentação em disputas de custódia. “É um assunto frequente o suficiente para mantê-lo em nosso radar”, disse ela, ao jornal americano.

Meghan Boone, professora associada da Faculdade de Direito da Wake Forest University que estuda gravidez e direitos dos pais, disse que a ideia de que apenas mulheres podem cuidar de crianças pequenas está "desacreditada" e pode ser considerada "discriminação sexual" por homens que buscam a custódia.

Vários internautas comentaram a decisão judicial pelo Twitter. O principal questionamento do público era se os melhores interesses do bebê estavam sendo atendidos.

“Com licença? A decisão não deveria ser sobre o que é melhor para o bebê? Mas não, é tudo sobre o desejo de controlar as mulheres armando seus corpos contra elas”, disse uma pessoa.

Outras ficaram divididas. Uma usuária disse: “Sou solidária em querer amamentar o maior tempo possível (e concordo que não há preconceito sistêmico contra os pais nos tribunais), mas não é importante que esse pai passe mais tempo com ele? Com o seu bebê? Eu não acho que isso é uma manobra da mamãe, mas deve haver um meio-termo”.

“Isso é tão bobo. Sou fã da amamentação, se funcionar para a mãe, mas dizer que o pai não pode receber visitas porque você quer amamentar exclusivamente não é razoável”, disse outro usuário.

“Desculpe, ela escolheu fazer um bebê com ele. Ele tem todo o direito ao tempo igual. Não há razão para ela não poder treinar o bebê a usar mamadeira, então, ele tem tanto direito a tempo com o bebê quanto ela”, opinou outra pessoa.

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